sexta-feira, 24 de julho de 2009

Síndrome de Estocolmo

Porto Alegre, 24 de julho de 2009
Qualquer semelhança é apenas fortuita e obra do acaso.

Se pesquisarmos, veremos que esta síndrome é diagnosticada em particular a vítimas de sequestro. Esta expressão foi utilizada pela primeira vez no famoso assalto de Norrmalmstorg, em Estocolmo em 1973, pelo psicólogo Nils Bejerot.

Até aí, nada demais, acontece que ela se manifesta de outras maneiras, no tribalismo social que comungam nossas sociedades.
Um exemplo típico da síndrome de Estocolmo eram os casamentos tribais, ou os casamentos por capturas das mulheres, a predação e a reprocidade de predação que encontramos por exemplo nas torcidas de futebol brasileiras, ou as invasões do MST, os sequestros indígenas, nossas favelas e as relações moradores e traficantes.
O instinto de vingança, a benevolência com os criminosos, quase em tudo à nossa volta encaixa-se a síndrome de Estocolmo.
A captura do refém, o pagamento do resgate, escondido das autoridades, é um descrédito as políticas de segurança e um crédito sem mesuras à honestidade dos bandidos.
Como se houvesse honestidade nos bandidos, exceto a dentre eles.[
O eleitor brasileiro sofre de síndrome de Estocolmo, é um eleitor servil, subserviente, sempre à espera de uma benevolência, acreditando na maldita esperança, dizendo ser ela a última que morre.
Realidade pura ela morre depois de todos estarmos mortos e não haver mais quem identifique-se com ela.
Por mais crimes que possamos mostrar aos detentores da síndrome, mais cresce entre eles a crença de que somos infames predadores, dos políticos.
Nosso chefe da nação, é sabedor, de que por mais mazelas que se possa encontrar nos ditames políticos dessa nação, basta anunciar um novo pré-sal, um aumento no bolsa miséria, uma desvalorização do dólar, um grande superávit primário, e sobe de novo sua popularidade.
Não existe cura para esse doente, ele já recebe 1/4 da aposentadoria que recebia em 1990, ele já não tem uma saúde pública equivalente aquela que tínhamos em 1957, ele mora dentro de presídios urbanos com seguranças, grades nas janelas e cercas eletrônicas.
Quando sai pela manhã, não sabe se volta, se o filho volta da escola.
Tem medo de buscar a correspondência do correio, atende as pessoas pelas vigias das portas.
Tudo isso lhes passa desapercebido, desde que o socialismo prevaleça.
Eu pergunto aos doentes onde está o socialismo dessa neurose descabida.
Somos vítimas do descalabro de todas as autoridades públicas e continuamos adormecidos dentro de nossas senzalas, como se fôssemos nós os escravos e eles os capitães de areia.
Precisamos mudar, quem deveria sofrer de síndrome de Estocolmo, eram nossos políticos.
Nós o povo é que somos seus senhores, infelizmente para mudar, tem que parar de receitar prosac para o povo.
Aqui tudo é em ritmo de festa, mesmo enquanto doentes.
Eu também sofro da síndrome de Estocolmo, sou sequestrador de mim mesmo, meu direito cívico de escolhas, resume-se a assistir lamentando, a derrocada de uma sociedade teluricamente doente.
Seus conceitos de liberdade e democracia resumem-se a acreditar no sequestrador da própria liberdade e democracia do povo.
Nosso povo definha, e nossas elites regozijam-se na paz do senhor imperador.
O imperador não precisa do povo, só de sua távola redonda instalada no congresso brasileiro.
bom dia.